Levando nossa cruz

29.6.06


Levando nossa cruz



“ Então disse Jesus aos seus discípulos : Se alguém quer me seguir, negue-se a sim mesmo, tome sua cruz e siga-me “.



Mateus 16.24



Quando ouço essas palavras do nosso Mestre e Senhor penso no quanto temos negligenciado o seu significado e importância. A Cruz é central na vida cristã. Ser discípulo de Jesus de Nazaré é imitar seu exemplo – e ele levou a sua cruz! O que ele quis ao usar esse símbolo terrível, pois a cruz era o instrumento que os romanos empregavam para executar os piores criminosos, sem duvida alguma era deixar claro que o discipulado, isto é, viver como seu aluno, seu seguidor, seu discípulo, traz consigo muito sofrimento. Não é qualquer sofrimento. Não é, por exemplo, sofrimento que resulta de pecado. Não é castigo, portanto. É condição de transformação. É sofrer por fazer que deve ser feito. Fazer o que ele faria com a miséria e a dor da condição humana. São aquelas dificuldades que nos mudam, moldam, quebram ... até a morte. Levar a cruz é morrer. Diariamente.



Essa verdade é tão forte e tão escamoteada no “ evangelho “ de hoje, sobretudo o da TV. Falar de morte e pedir dinheiro para manter o “ show “ religioso não combina, ora ! Falar de auto-negação e sacrifício pessoal é falar de coisas que as pessoas não querem ouvir. As pessoas querem uma “ casa no campo “, como cantou Elis, não uma cruz no morro... Mas isso é o básico da caminhada cristã! Negar isso é negar o ABC, o mínimo do discipulado. “ Quem quiser me seguir...” Aceitar a cruz é aceitar o que Deus nos dá: “ pode ser nossas limitações pessoais, não ter recursos para estudar, uma deficiência física, sofrer sob depressão, conflitos familiares ... nada disso resulta de nossas escolhas, ninguém deliberadamente deseja essas coisas. Podemos, contudo, negá-las, rejeitá-las ou abraçá-las como sofrimento que nos transforma “, ensina Henri Nouwen.


Diariamente podemos perguntar a nós mesmos e a Jesus o que representa auto-negação e levar nossa cruz naquele dia. Talvez seja perdoar. Dar a outra face. Andar mais uma milha. Cada dia traz seu desafio de discipulado. Todos os dias podemos seguir a Jesus ou não. A escolha é nossa. Negar nossa vontade de prazer e “ boa vida “ e assumir a nossa cruz dói mas nos torna gente mais parecida com Jesus. Nos mata, mas nos ressuscita com Ele. Amém.


Vosso servo, pr. Gerson
Anônimo disse...

Oiii, GB, amei o retorno das meditações...

E amei o texto escolhido hoje.
Creio como você que é mesmo uma "escolha" diária, a cada nova situação, a cada novo desafio, negar nossa vontade e tomar atitudes que MUITOS não entendem mas ELE entende e te acolhe, dizendo..."Se creres, verás...aguarda, minha filha, Sou contigo".

Obrigada por esse momento que me proporcionou em meditar nas palavras dEle.

Amei, simplesmente lindo.

Beijocas a todos.

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