Aprendendo com os Lírios

30.6.06

Meu amigo Fernando Oliveira me emandou essa meditação, de Anselm Grun, uma autor sempre edificante e simples. Enjoy it!
Abraço do

Gerson


Olhai os lírios do campo: não trabalham nem fiam. E eu vos digo que nem Salomão com toda sua glória se vestiu como um deles". O que nos diz ainda hoje este ensinamento de Jesus, conforme o "Sermão da Montanha" narrado por Mateus?

Certamente Jesus já conhecia pessoas que, por pura preocupação, andavam o dia todo cansadas, correndo atrás do trabalho com medo de perder um possível lucro. Poderia não ser o suficiente para a vida o que estavam lucrando. Jesus nos apresenta o exemplo dos lírios do campo. Suas vestes são mais belas do que as de Salomão, que tinha a seu serviço muitíssimas pessoas. O filósofo ateu Ernst Bloch acha que esta parábola de Jesus mostra seu romantismo econômico; que Jesus não tinha noção das interdependências econômicas. Mas Jesus recusava-se a identificar a vida com o trabalho. A vida é mais do que o trabalho. A vida é também usufruir agradecido do que cresceu no campo, e também na roça de minha alma. A pessoa se preocupa com sua comida e vestuário. São as motivações básicas de seu trabalho.

Mas, antes de ganharmos com nosso trabalho a comida e a roupa, deveríamos ver que Deus nos dá alimento e vestuário de graça. O vestuário consegue destacar mais ainda a beleza que Deus deu ao ser humano. Mas não consegue tornar belo um ser humano feio. A verdadeira beleza das pessoas vem de Deus, assim como vem de Deus a beleza dos lírios. Antes de nos pormos a trabalhar, deveríamos notar primeiro o que Deus nos dá de presente dia após dia. Então o trabalho ficará dentro de seu exato limite. Ele não nos escravizará, mas será expressão de nossa criativiadade. Ele não será produto do medo, mas brotará de nós por prazer de criar. Ele faz parte de nossa vida, também com suas dificuldades. Mas ele pára de governar nossa vida.

(Anselm Grün)
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